sábado, 21 de setembro de 2013

Formando e Integrando novos Obreiros



“Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara". Mt 9.38


            Esta é a conclusão que se chega ao nos depararmos com o trabalho do mestre. Existe a necessidade urgente de se formar novos lideres, e alocá-los na obra do Senhor. Na distribuição desses lideres na obra do Senhor, devemos levar em consideração aspectos tais como faixa etária, cultura e vocação.

É de fundamental importância formar a pessoa certa para ocupar o lugar certo, para que isso ocorra, cabe ao líder formador identificá-los, formá-los e empregá-los no trabalho que melhor se encaixe ao perfil daquele que está sendo formado.

Na Bíblia temos exemplo de inúmeros líderes que dispuseram- se a formar outros líderes, sem preocupar-se em perder suas posições. Jesus Cristo o maior exemplo de liderança, quando formava os seus discípulos disse: “vocês farão obras maiores que as minhas” (Jo 14.12).

O que pretendemos mostrar nesse trabalho é que o líder deve preocupar em formar novos líderes, pois o trabalho a nós confiado é grande e desafiador e que o dono da Obra tem salário para todos, por esse motivo não precisamos ter medo ao formar novos lideres e nem ciúmes da obra de Deus. Devemos nos conscientizar, que na obra de Deus não precisamos competir, apenas trabalharmos com se estivéssemos fazendo para o Senhor e por certo receberemos dEle a recompensa.


1 - O LIDER DEVE RECONHECER A VOCAÇÃO E A CHADADA DE OUTRO OBREIRO

Há lideres egocêntrico que não dão oportunidade a outros líderes na obra de Deus por suporem que somente eles são capazes, somente eles são chamados e vocacionados, acabam por prejudicar a obra de Deus e a si mesmo. A obra de Deus porque a mesma fica a mercê de uma única pessoa que devido a limitações físicas e por que não dizer espirituais, não se desenvolve como deveria, ficando anos atrasada. Prejudicam a si mesmo, porque na tentativa de compensar a falta de auxiliares, carregam uma carga de trabalho muito intensa, o que os leva a ficarem doentes fisicamente e espiritualmente. Mais ainda bem, que existem pessoas que pegam em nossa mão e nos ajuda, homens de Deus que acreditam não em nós, mas no que Deus pode fazer através de nossas vidas.

Barnabé cujo nome significa “filho da consolação” foi um dos discípulos de Jesus, ele era um tipo de obreiro que tinha a habilidade de reconhecer o chamado e a vocação de novos obreiros, sabia como incentivá-los a trabalharem na obra do Senhor.

Barnabé quando ouviu que Paulo estava em Jerusalém após ter passado três anos na Arábia e em Damasco, e que ele estava tendo dificuldade para ser aceito pelos cristãos de Jerusalém, pois achavam que a sua conversão não passava de um truque para prendê-los (At 9.26), ele apresentou Paulo aos líderes da igreja local, e testemunhou o que Deus tinha feito na vida de Paulo e como este tinha se destacado em Damasco (At 9.27). Ele não ficou com ciúmes ou mesmo com medo de Paulo crescer mais do que ele, de Paulo ser mais entendido das escrituras, embora soubesse disso, pois sabia da capacidade intelectual de Paulo, eles tinham tido o mesmo professor, o sábio Gamaliel de onde o Apostolo dos gentios fora aluno destaque, pois conforme a tradição judaica nos mostra, que só era convidado para aprender sentado o aluno que se destacava dos demais, e Paulo diz que aprendeu aos pés de Gamaliel (At 22.3), isso é sentado juntamente com ele.

Em outra ocasião, Barnabé foi designado para pastorear a igreja que estava na cidade de Antioquía na Síria, chegando lá pode conferir de perto tudo o que lhes haviam passado acerca daquela igreja. Em Antioquia existia uma igreja próspera espiritualmente, cheia dos dons espirituais, composta de um grande número de novos convertidos, uma igreja disposta a ganhar a população local para Jesus, e, diga-se de passagem, uma população superior a quinhentos mil habitantes. Barnabé percebeu que precisava que os crentes da cidade de Antioquia crescessem no conhecimento da Palavra de Deus e então demonstra mais uma vez ser um obreiro digno de ser imitado por nós, foi até a cidade de Tarso, onde Paulo estava refugiado, e o levou para ser seu auxiliar naquela cidade, assim, Paulo/Saulo passa a se destacar na área do ensino (At 11.26).    

Ao observar o comportamento de Barnabé, aprendemos que se temos a oportunidade de ajudar um obreiro que está começando, devemos fazer isso, pois talvez ele seja um escolhido do Senhor para fazer uma obra grandiosa e nós somos o canal que Deus usará para que ele tenha legitimidade no meio da comunidade local.

Síntese: Devemos dar oportunidade para que o obreiro demonstre a sua vocação e chamada.


2 - INSERINDO NOVOS OBREIROS NA SEARA DO MESTRE


...esta tarefa lhe é pesada demais. Você não pode executá-la sozinho.
(
Êx 18.18)

Aconselhado por seu sogro Jetro, Moisés aprendeu a dividir as tarefas a ele imposta, e isso fez com que ele tivesse mais disponibilidade para se dedicar-se a outras tarefas de igual importância mais com maior grau de complexidade. Seguindo o conselho de seu sogro, Moisés formou líderes para atuarem em todos os níveis (Estratégico, Tático e Operacional).


Estabeleça-os como chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez.
(
Êx 18:21)

O bom de ter líderes de diversos níveis, é que se podemos explorar ao máximo o potencial de cada um, além de alocá-los na tarefa que ira desempenhar com maior facilidade e eficiência, isso se da pelo fato que cada líder, tem estrutura diferente, tem a sua individualidade, um aguenta uma carga maior que o outro, não pode achar que todos são iguais. Ver (Ef 4.11 e 1 Co 12.5-31)


2.1 - Ajudando novos obreiros a crescerem na fé, ou seja, torná-los maduros espirituais

Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. (1 Tm 3.6)

Paulo recomenda que não devemos separar neófitos para obra de Deus. Neófitos aqui entende-se aquele que não tem conhecimento bíblico suficiente para desempenhar a função para qual está sendo separado. Cabe ao líder formador, instruir os novos obreiros, prover condições para que os mesmos se desenvolvam.

            Josué antes de assumir a liderança do povo de Israel, foi preparado por Moisés sendo o seu moço (Nm 11.28; Ex 33.11) e posteriormente seu general no comando da conquista da terra prometida (Dt 3.8). Paulo trabalhou sobre a orientação de Barnabé, um ano na cidade de Antioquia na Síria, Paulo formou a Silas e Timóteo, e estes outros lideres. Esses homens conviveram com seus lideres observando a sua fé e o seu modo de agir.

Aprendemos com isso, que quem se dispõe a formar novos líderes precisa ser exemplo e também quem precisa servir alguém. (At 11.25; 12.25; 13.2). É preciso entender ainda, que muitos que hoje são liderados serão mais honrados ou farão obras maiores que seus líderes (Dt 31.3-7).


3 - BARNABÉ UM LÍDER QUE SABIA DAR NOVAS OPORTUNIDADES

           

Quase sempre ou nunca gostamos de dar novamente oportunidade para pessoa que a desperdiçou só que nos esquecemos de que Deus está sempre nos dando uma nova oportunidade. Barnabé deixa para nós o exemplo que o líder deve dar sim uma nova oportunidade para àquele que a desperdiça.

Barnabé acreditou que com um pouco mais de ensino e uma boa conversa o seu sobrinho João Marcos, que tinha abandonado ele e Paulo na Panfília durante a primeira viagem missionária poderia ser útil no trabalho do mestre. Não sabemos qual foi o motivo que levou Marcos a desistir da viagem missionária, talvez imaturidade, medo, falta de confiança na providencia divina ou mesmo a falta de convicção na chamada ministerial, o certo é que desistiu, mas Barnabé não desistiu dele e o resultado foi que o mesmo tornou-se um excelente obreiro, sendo reconhecido até mesmo pelo Apostolo dos gentios (2Tm 4.11).

Isso nos mostra, que mesmo se um obreiro fracasse, ou não produza o resultado esperado por nós, não devemos desistir dele, antes devemos buscar entender os seus motivos, e principalmente o que pode ser trabalhado na vida desse obreiro.


4 - PAULO UM LÍDER QUE BUSCAVA FORMAR OBREIROS LOCAL

A grande dificuldade que se tem na comunicação é a cultura, e entende-se por cultura o idioma e os costumes de um povo. Para propagar o Evangelho de Cristo, com eficiência é necessário o domínio da cultura local, isso é do idioma, e dos costumes local. Sabendo disso, o Apóstolo Paulo procurou formar obreiro onde fundou igrejas, pois sabia que, se se os capacitassem eles lhe seriam muito útil.

Nesse naipe de obreiros temos Epafrodito, que foi líder da igreja que estava na cidade de Felipos. Epafrodito foi um obreiro que muito ajudou a Paulo, quando o mesmo estava na prisão em Roma, ele era um obreiro de confiança não só de Paulo mais da igreja local, foi o encarregado de levar donativos a Paulo na prisão, e da mesma forma conduziu a carta que leva noticias e exortação Paulo ao crentes da Igreja de Filipos.

Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusadosde dissolução nem são desobedientes.
(Tt 1.5-6)

Observamos no texto bíblico acima, que Paulo recomenda a Tito que formasse mais lideres na ilha de Creta, embora esses não fossem diretamente formado por ele, deveriam ter as mesmas qualidades requeridas aos demais obreiros.

Aprendemos com isso que o padrão ético independe da cultura local e que se qualificarmos os obreiros locais, eles poderão comunicar com mais eficiência dentro da sua cultura. 

Conclusão

O tempo passa muito rápido, quase que imperceptível, em um momento estamos jovens com toda a vigor físicos e no outro fadiga. É preciso nos preocupar em deixarmos para posteridade o nosso legado, e o maior legado que podemos deixar são homens e mulheres compromissados com Deus e com a Igreja, cheios do Espírito Santo, amantes e conhecedores da Palavra de Deus. Homens e Mulheres que saberão conduzir a igreja dentro de uma modernidade tecnológica, mais sem deixá-la perder a sua identidade Cristocêntrica. Fica a todos nós o desafio de ajudar, formar e integrar novos obreiros na ceara do Mestre.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Características de uma Igreja vitoriosa - Parte B - Antioquia


Antioquia, era a capital da Síria, a terceira maior do império romano, atrás, apenas, de Roma e de Alexandria. Sua população chegava a aproximadamente quinhentos mil habitantes, devido a sua situação geográfica se tornou um importante centro comercial e cultural no primeiro século depois de Cristo. Era também conhecida pela prática paganismo aliado a imoralidade, típica do império romano.
Foi nessa cidade que os novos convertidos a Cristo, que estavam fugindo da perseguição imposta pelos judeus em Jerusalém, iniciada logo após a morte de Estevão (At  7) (At  11. 19-26). Foi também nela que os discípulos de Jesus primeiramente foram chamados de cristãos (At. 11.26).
 
Para pastoreá-la foi designado pelos líderes da Igreja de Jerusalém, um discípulo chamado  Barnabé, que levou consigo a Saulo da cidade de Tarso, para ser seu auxiliar naquela localidade.
Antioquia  era uma igreja que sabia conciliar a espiritualidade, ensino e serviço cristão. Os dons ministeriais e espirituais eram manifestos.

1 - Antioquia foi uma irgeja que evangelisou a cidade, antes mesmo de sair ao campo missionário.

E havia entre eles alguns homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.
Atos 11:20-21

A igreja de Antioquia foi fundada por leigos, novos convertidos, expulsos de Jerusalém, ela iniciou um trabalho de evangelismo que fez com que ela ficasse conhecida por todas as cidades a sua volta, inclusive pelos líderes da Igreja  que estava em Jerusalém.
A Igreja quando se dispõe fazer missões deve iniciar fazendo as missões urbanas, isso é: evangelisando a sua cidade, e quem deve iniciar isso, são os seus membros. Ela deve deve  elaborar projetos que alcançe  toda a população, deve criar mecanismo para atingir todas as classes sociais, culturais e etárias.
Os projetos desenvolvidos pela igreja local, não precisam ser grandiosos, ou mesmo onerosos, precisam sim, ser eficiente em seus objetivos e deve contar com o comprometimento de seus membros. Todos devem estar consciente do ide de Cristo (Mt 28.19) e da responsabilidade  que  lhe é imposta. “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9:16).

O que muitas vezes tem dificultado o trabalho de missões urbanas é o fato dos membros da igreja local, acharem que não são capacitados para o trabalho, esquecem-se eles que, “a mão do Senhor é com aquele que se dispõem”. Assim como foi com os crentes de Antioquia,  o Senhor tem prometido estar conosco em todos os momentos até a consumação dos séculos, além do que podemos contar com a ajuda do Espirito Santo, que vai convencer o Homem do seu pecado da  Justiça e do juizo, e isso faz toda diferença

2 - Antioquia era uma igreja que valorizava o ensino da palavra de Deus

“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” Atos 11:26

Com a chegada de Barnabé e Paulo em Antioquia, a igreja iniciou uma nova fase, ensinar os novos crentes, gera-los em Cristo, torna-los semelhantes a Cristo, A igreja não só tem a responsabilidade de anunciar o evangelho, tem  também o de discipular aqueles que responderem ao convite da salvação, até que estes possam evangelizar novas pessoas e sentirem o prazer de ver Cristo gerado na vida daquele que se anunciou o evangelho.

O Ensino na igreja é importante além dos fatos aqui já mensionados, para fazer com que a igreja seja sadia espiritualmente, que seus membros sejam crentes arraigados no evangelho genuino. Uma igreja ensinada,  não  se desvia dos ensinos dos Apostolos, não pratica heresias, nem adimite em seu meio a  prática do pecado, antes o repudia veementemente.

3- Antioquia era uma igreja que orava, jejuava,  prepara e enviava missionários para obra.

E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
Atos 13:1-3

Ao ler o capítulo 13 dos Atos dos Apóstolos, percebemos que o Espírito Santo tinha total primazia entre os membros da comunidade de Antioquia, isso pelo fato da igreja ser de oração e de jejum; aliás, tanto um como o outro nos aproxima mais de Deus.
Os dons espirituais também eram evidenciados nessa igreja, principalmente o de profecia e palavra da ciência.

Oraram e jejuaram, e o Espirito Santo mandou separar Barnabé e a Saulo para a obra missionária, ao impor-lhes a mão a igreja se comprometeu-se em ajudá-los na obra missionária. Há igrejas que enviam seus missionários para o campo e os deixam abandonados. É preciso que a igreja cuide deles não só através da contribuição financeira, mas orando e jejuando por eles. Muitos missionários não são bem sucedidos, porque suas igrejas tem deixado de interceder por eles e pela sua família.
Aqueles que estão no campo missionário precisam de nossas orações, contribuições e afeto. O Apostolo Paulo pede aos irmãos de Eféso:  “ E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho” Ef 6:19 
É preciso orar e jejuar mais, pois se assim fizermos o Espirito Santo terá maior liberdade em nosso meio  e haverá maior manifestações dos dons espirituais, Cristo dará mais dons a igreja.
Necessário se faz nos comprometer  também, em ajudarmos aqueles que estão nos campos missionários precisamos entrar na brecha e sermos seus intercessores, seus ajudadores e seus amigos leais.

Conclusão

A igreja que não faz missões, ainda não se tornou adulta espiritualmente, é uma igreja carente do amor de Deus, pois se ela tem amor ela é missionária.

Hoje necessitamos urgente voltarmos aos princípios apostólicos, e dar mais lugar para o Espírito Santo atuar no meio da igreja através da manifestação dons  espirituais. Precisamos sentir prazer em ver Cristo sendo gerado nas vidas dos novos crentes, ao ponto deles refletirem o carater de Cristo.
O mundo precisa de mais missionários, cabe a igreja enviá-los para as missões transculturais, sem se esquecer esquecer das missões urbanas.

 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Características de uma Igreja vitoriosa – Parte A


“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”. (At 4.32)

  Introdução

 O individualismo pregado e defendido pelo capitalismo, tem tomado conta não só do indivíduo enquanto cidadão, mas também tem estendido os seus tentáculos até as nossas Igrejas, contaminando grande parte dos seus  integrantes.

Na busca por uma Igreja vitoriosa, tem se iniciado por parte dos integrantes dos diversos departamentos que compõem a igreja, uma busca pela excelência, não a fim de agradar a Deus, como se espera, mas  com a finalidade de  competirem entre si, buscando saber qual o departamento fará o melhor congresso, que departamento terá condições de bancar o melhor pregador ou cantor. Isso sem se falar na corrida de Marketing que existe entre as igrejas coirmãs.

O individualismo é como um vírus que se alastra a cada dia, para combater esse vírus pernicioso, é preciso voltar aos princípios que regeram o inicio da igreja apostólica, necessário se faz, a valorização da União, o despojar-se do Eu e considerar o outro superior a si mesmo.

 O livro de Atos nos mostra, uma igreja pequena, sem muitos cargos eclesiásticos, sem local próprio para se cultuar, cultuava-se na casa dos irmãos novos convertidos ou nas sinagogas judaica, uma igreja sem muitos departamentos, com parcos recursos, mas o suficiente para os seus membros. Perseguida, mais cheia do poder de Deus, outras imaturas como a igreja de Corinto, mais abundante nos dons espirituais, ou missionárias como as igrejas de Antioquia e Filipense. O que tinham em comum? Qual era o segredo de sua vitória?

1 – Era uma igreja que dependia exclusivamente de Deus.

No inicio da igreja neotestamentária temos a impressão que o Espírito Santo atuava com mais liberdade, talvez isso se de pelo fato de seus membros sentirem inteiramente dependentes da ação miraculosa do Espírito Santo, e valorizarem os sinais e prodígios, os quais eram comum acontecerem. Não tinha muita opção ou servia a Deus legitimamente ou fazia coro com aqueles que não acreditavam no Cristo ressurreto. Os crentes daquela época buscavam com mais frequência o poder do Espírito Santo porque precisavam dEle para poder vencer as ciladas e as investidas do inimigo de nossas almas.

Hoje, quase sempre ao invés de colocarmos a nossa fé e confiança em Deus, ao invés de deixarmos tudo aos cuidados do Senhor, caímos na tentação de tentarmos ajudar ao Senhor com o nosso conhecimento secular ou teológico, apelamos para os políticos amigos, ao invés de confiarmos exclusivamente no Senhor dos Senhores. Acreditamos no impossível, mas não vivemos pela fé. Se o médico faz um diagnóstico é o ponto final, mesmo sem Deus ter nos dito uma única palavra a respeito do assunto.

É necessário voltarmos a depender exclusivamente do Senhor, e vivermos mais a fé que pregamos e almejarmos mais o sobrenatural, é preciso voltar a contemplarmos os milagres.

2 – Era uma igreja com unidade (união)

Jesus lhes havia prometido que os revestiriam de poder ...ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (Lc 24.49b) viviam como se Jesus fosse voltar naqueles dias, tinham tudo em comum, suas metas eram as mesmas, ganhar o maior numero de pessoas para Cristo.

Aprendemos com isso, que a igreja para ser vitoriosa precisa estar unida em torno de um único propósito, e este propósito precisa ser conhecido de todos os membros da congregação, e todos devem orar nesse propósito.

Urge fazer as seguintes indagações, qual o propósito de nossa igreja?  estou orando em favor desse propósito? estou unido ou alinhado com a visão do meu pastor? tenho união com meus irmãos?

A Unidade que a  igreja necessita vem através da ação direta do Espírito Santo, que atua em seus membros, o Espirito Santo que é comparado ao óleo, que era  derramado sobre os Sacerdotes e Reis que eram ungidos nos tempos do Antigo Testamento, o escritor do Salmo 133 nos da uma noção de como era feito o derramamento do óleo, iniciava na cabeça e descia até a orla dos vestidos, ou seja a parte mais inferior, todos os membros do corpo do sacerdote eram ungidos com o óleo da Unção.

A igreja também é representada por um corpo, cuja cabeça é Cristo (Ef 1.22; Rm 12.4-5), O Espírito Santo ungiu a Jesus de Nazaré, é esse mesmo poder que é derramado sobre todo o corpo a igreja, deforma que todos membros por menor que pareça, por mais insignificante que aparenta ser, deve ser cheio do Espirito Santo, pois faz parte do corpo (igreja) e o Espírito Santo atua em todos indistintamente. Não se pode esquecer que todos os membros tem a sua função dentro da casa do Senhor e precisa estar trabalhando Unido com os demais, sendo conduzidos pela cabeça que é Cristo.

Algo que compromete essa união é o partidarismo que é como uma doença que se alastra sorrateiramente, e se não cuidada pode se tornar crônica, trazendo discórdia e confusão no seio da igreja, minando a união entre os seus membros. Semelhante problema Paulo buscou a corrigir na igreja de corinto onde uns diziam ser de Paulo, outros de  Apolo, Cefas, e outros de Cristo. (I Co1.12-13 ) necessário se faz, considerar os outros superiores a nós mesmo, precisamos entender que não somos melhores do que ninguém, precisamos assumir em definitivo que somos servos uns dos outros, que Jesus nos tem chamado, e o Espírito Santo nos usa com dons e talentos é  para darmos a nossa parcela de contribuição a Igreja (corpo), para que Ela (igreja) cresça, sadia, vitoriosa conduzida pela cabeça que é Cristo Jesus nosso Senhor. Que possamos dizer como João o batizador, ....convêm que Ele cresça e eu diminua.

Cada um cuida da sua parte! esse era o bordão de um líder que tive, e por muito tempo confesso foi o meu também. Em se tratando de assuntos seculares já é difícil de fazer, na casa de Deus isso é impossível, primeiro porque pertencemos a uma família, a família de Deus, e essa família para ser vitoriosa precisa se ajudar mutualmente. O individualismo é um mal que precisa desaparecer de nossa vida, ele é produto da falta do amor de Cristo manifesto em nossa vida, devemos entender de uma vez por todas se o alguém é da família de Deus, logo, os seus problemas passam a ser o meu também, passo a me alegrar com a sua vitória, e choro ao vê-lo chorar, sofro com a sua enfermidade. Se for preciso, devo priorizar o meu irmão em detrimento de mim mesmo.

Deus não opera onde há divisão, por isso é preciso aparar as arestas, pedir perdão se necessário; buscar a ajuda do Espirito Santo, orar, jejuar, enfim se for preciso até perder mesmo estando com  a razão. Conta-se que durante o período da glaciação muitos animais morreram de frio, mas o curioso é que o porco espinho conseguiu sobreviver se aquecendo junto ao outro, como isso aconteceu? Eles foram se aproximando cada vez mais ao ponto de estarem juntinhos e os espinhos não lhe causaram mal.

Conclusão

Quando a igreja se une, nada pode impedi-la de ser vitoriosa. Um evangeliza, outro ensina, outro visita, outro aconselha, ministra louvor. A igreja passa a trabalhar em uma sincronia perfeita, utilizando os dons e talentos nela existentes,  e prossegue vitoriosa.